Modelo criado pela instituição maringaense se baseia nos 17 ODS e recebe ampla adesão de alunos, professores, coordenadores e representantes de polos EAD

Aula de informática ministrada aos jovens da Promec – Proteção ao Menor Carente de Sarandi é um dos projetos de extensão da instituição

 A extensão universitária representa o elo entre as instituições de ensino superior e a comunidade, possibilitando a democratização do conhecimento e a aproximação dos estudantes com problemas sociais do seu tempo e contexto. Desde 2023, a carga exigida pelo MEC para essas atividades passou a ser de no mínimo 10% da carga horária total de cada curso. A “curricularização da extensão”, como passou a ser chamada, trouxe um novo desafio para as instituições de ensino, especialmente no campo da Educação a Distância.

Como inserir os alunos de EAD na comunidade sem os professores por perto, como conseguir o engajamento dos estudantes, como acompanhar suas atividades? Essas foram questões amplamente analisadas pelo UniCV – Centro Universitário Cidade Verde, que reuniu toda a sua equipe da Diretoria de Extensão, juntamente com os coordenadores de cursos para pensar em um formato acessível e prático aos alunos.

Luzia Yamashita, diretora de Extensão

Coordenada pela doutora em Comunicação  Luzia Yamashita Deliberador, esse time se debruçou sobre estudos e lançou este ano o documento denominado “Curricularização da Extensão no UniCV”, que traz o passo a passo de como desenvolver  esses projetos na prática na modalidade de Educação a Distância.

Segundo Luzia Yamashita, o desafio foi grande, mas o formato desenvolvido trouxe clareza para os alunos e professores desenvolverem as tarefas, sob a supervisão dos coordenadores de cursos e tutores educacionais da instituição.

Alunos próximos da realidade

“Fundamentada no modelo que articula o ensino e pesquisa, a prática extensionista incentiva os estudantes universitários a se envolverem com os desafios sociais de suas comunidades. Essa abordagem fomenta a interação entre os saberes populares e acadêmico, visando transformar a realidade por meio da educação mais próxima e inclusiva”, destaca Luzia Yamashita.

Um exemplo concreto dessa afirmação está representado no trabalho de dois estudantes que superaram o desafio proposto no projeto de extensão do curso de Educação Física.

Lucivaldo dos Santos Moraes, de Salvador (BA), ao perceber a realidade de falta de espaços de atividade física em sua comunidade, adaptou uma bicicleta sua e a fixou ao solo em um espaço público, onde as pessoas podem pedalar à vontade.

Masxmiliano das Neves, estudante de Educação Física, de Colina (SP), com a gangorra de materiais recicláveis criada como projeto de extensão

O segundo exemplo vem do estudante Masxmiliano Lemes das Neves, de Colina (SP). Seguindo a proposta de desenvolvimento de equipamentos sustentáveis, ele criou uma gangorra utilizando madeira, corda e pneu para compor a base. “Foi desafiador e divertido porque eu não queria criar algo tão óbvio. Tive de pensar bastante e estudar formas de deixar o brinquedo seguro. Deu certo e fiquei satisfeito”, conta ele.

Para Luzia Yamashita, quando a universidade coloca o aluno em contato com a comunidade, “resgata o sentido do porquê estou estudando, senão para melhorar a qualidade de vida da população”.

Projeto dividido em nichos

O projeto de curricularização da extensão do UniCV baseia-se nos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU e se divide em sete nichos a serem seguidos pelos cursos, tornando claro o caminho para alunos e professores.

A instituição também desenvolveu um sistema próprio para atender a extensão, disponibilizando uma trilha para os alunos seguirem, além de encontrarem todo o material que precisam na plataforma, desde vídeos explicativos ao manual de extensão.

Angélica Pommer, supervisora de Extensão

A supervisora de extensão, Angélica Pommer, esclarece que a instituição aderiu a metodologia PBL (Problem-Based Learning) para a realização dos projetos. “Neste formato, os nossos estudantes são desafiados a refletir criticamente sobre situações problemas identificadas globalmente, e agir localmente, tornando a educação mais significativa e alinhada com as necessidades do mundo real”, diz ela.

Adesão à proposta

Para esclarecer a comunidade acadêmica sobre o projeto, a Diretoria de Extensão realizou treinamentos com professores e tutores e uma série de lives com os estudantes. “Nossos alunos participaram em massa de nossas lives, interagiram e buscaram informações. Percebemos que houve engajamento e que os estudantes estão envolvidos. Isto nos tranquiliza, porque estamos diante de um novo desafio, porém acreditamos estar no caminho certo”, comenta a diretora de Extensão, que já apresentou o projeto ao MEC e recebeu elogios dos avaliadores.