Ideathon 2023 com foco na saúde de Maringá incentiva participantes a trabalharem no desenvolvimento de ideia e soluções para problemas reais 

Os alunos do quinto e sexto semestres de Biomedicina, Fisioterapia e Nutrição do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV) aceitaram e concluíram com sucesso o desafio proposto pelo II Ideathon, evento promovido pela instituição. Durante duas noites, os estudantes trabalharam no desenvolvimento de ideias inovadoras para o problema levantado pela Secretaria Municipal de Saúde: melhorar o acolhimento dos pacientes e acompanhantes nas Unidades Básicas de Saúde de Maringá (UBSs). 

A maratona com foco na saúde de Maringá teve início nesta segunda-feira (25), com a palestra de Jacqueline Fenilli, gerente do Inovus-Acim, abordando o tema “Como ter ideias de negócios”. Em seguida, os estudantes foram divididos em seis times multidisciplinares de oito pessoas e receberam a missão de criar soluções inovadoras para melhorar o atendimento das UBS do município. 

Os times contaram com o apoio de mentores, profissionais que atuam nas áreas da saúde e gestão, para a realização do desafio. Além disso, dias antes da maratona, os participantes tiveram a oportunidade de se familiarizar com as demandas do município. Representantes da Secretaria de Saúde estiveram no campus e apresentaram aos estudantes o sistema de funcionamento das UBS.

Para o reitor da UniCV, José Carlos Barbieri, é primordial que os estudantes tenham esse contato com problemas reais do mercado. “Hoje, para nós formarmos um profissional que seja bem mais próximo do mercado, que tenha um conhecimento da realidade onde ele irá atuar, só é possível por meio de uma interação entre a academia e o mundo do trabalho, a academia e a realidade. Quando eu consigo alinhar os saberes teórico e prático, quando coloco a mão na massa embasado no que eu vi em sala de aula, então, conseguimos ter uma formação de qualidade”, explica Barbieri

Solução premiada
As ideias apresentadas pelos times foram avaliadas por banca composta por representantes dos setores público e privado, nesta terça-feira (26), última noite de maratona. Os critérios utilizados pelos jurados foram: apresentação; evidências, potencial e grau de inovação. 

A proposta elaborada pelo time três foi a escolhida pela banca. O grupo sugeriu a instalação de totens com tecnologias de acessibilidade na entrada das Unidades de Saúde para direcionar qual setor mais adequado para cada paciente, e assim dar mais fluidez aos atendimentos e diminuir a sobrecarga de servidores da recepção.  

Jaine Guimarães, estudante do curso de fisioterapia e integrante do time vencedor da maratona, conta que na prática não é tão simples quanto, às vezes, parece na teoria. “O início foi difícil porque era algo novo, nunca tínhamos feito. Mas, depois, fomos ficando mais animados, principalmente, por conta da competitividade, que deu mais vontade de ir atrás, ter ideias, pesquisar e perguntar aos mentores. Vimos um outro lado, e novos horizontes se abriram para pensar na problemática e tentar buscar uma solução viável. Estou feliz com o resultado, não só porque o meu time ganhou, mas porque vimos um resultado bacana”.

Os vencedores receberam como prêmio uma bolsa de 100% para um Curso de Extensão. 

Gestão em todas as áreas
O objetivo do Ideathon é provocar o processo de geração de ideias e soluções de problemas, aproximando alunos das questões reais do mercado e, como consequência, enriquecer as empresas com inovações e perspectivas de atuação. No evento, são apresentados ao aluno modelos de negócio e metodologias de gestão aplicáveis a qualquer carreira, independentemente da área que irão atuar. 

Segundo a diretora de pós-graduação e pesquisa, Marcela Favero, é fundamental ter conteúdo sobre gestão em todos os cursos. “Aqui, por exemplo, estamos quebrando uma questão técnica. Geralmente, estudantes de saúde não recebem aulas de gestão. Nossa ideia não é formar um técnico em administração ou em empreendedorismo, mas garantir que conheçam minimamente uma metodologia aplicada no mercado e a coloquem em prática. Precisamos quebrar essa ideia de que empreendedorismo é apenas para área de gestão ou tecnologia, precisamos mostrar que isso é para todo mundo”. 

Ela acrescenta que ao promover o contatos com profissionais experientes e um ambiente que estimule a criatividade, pode resultar em projetos promissores que, futuramente, possam ser implementados no setor público ou privado. “Entendemos que não teremos ainda um produto mínimo viável (MVP), algo pronto para o mercado. Mas a ideia é fomentar a criatividade nos alunos e ali, se eles se sentirem confortáveis, se perceberem que aquilo pode ser um negócio, darão continuidade em parceria sempre com outros ambientes de inovação que nós temos em Maringá”. 

Espaço de inovação
O Ideathon é desenvolvido pelo Smart Space-UniCV, em parceria com o Sebrae, a Unimed, Inovus Acim e o Hub Connect Healthtech. O trabalho em conjunto com esses setores aumenta as possibilidades de conexões com empresas ou o poder público, fazendo com que as ideias nascidas na graduação possam se tornar projetos reais.

A executiva do Hub Connect Healthtech, Caroline Félix, explica que “os alunos estarem envolvidos dentro de uma iniciativa como essa, com certeza, traz muito amadurecimento e  agrega muito valor não só para o lado profissional, mas também para vida pessoal deles. Estamos felizes em conectar profissionais do setor da saúde à academia e assim fortalecer o nosso ecossistema”. 

Smart Space é focado em fomentar o empreendedorismo no meio acadêmico e viabilizar a conexão de estudantes a oportunidades de negócios e tendências de inovação. As ações do Smart Space já atingiram mais de 10 mil alunos da instituição. E cada vez mais o ambiente vem sendo ocupado por estudantes engajados e novos projetos. 

Segundo a coordenadora do Smart Space, Camila Chirnev, o objetivo é ampliar as conexões com o poder público e privado. “Nós somos um ambiente onde se trabalha no funil da inovação, a ideação, a ideia de negócios. Nós queremos mais do que isso. Nós queremos que os nossos alunos tenham a teoria em sala de aula e também possam vivenciar situações reais. E assim,  podem intraempreender ou empreender buscando inovar na convivência do dia a dia e ter a oportunidade do diálogo. Queremos trazer esse movimento, e quem se beneficia é o bioma de inovação da nossa cidade”, finaliza.