Artigo de professoras do UniCV integra coletânea internacional que explora desafios da saúde em doenças transmissíveis e não transmissíveis

 

Em um capítulo publicado recentemente, as professoras do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), Pollyana Nunhes e Kauana Borges Marchini em colaboração com demais autores, apresenta uma análise inovadora sobre os impactos do HIV no sistema nervoso central e os potenciais benefícios do exercício físico. Inserido em uma coletânea de capítulos organizada por editores do Reino Unido e da Arábia Saudita, o artigo reúne contribuições de pesquisadores de diversos países e se destaca por aprofundar temas que também foram objetos de estudo nas dissertações e teses de doutorado das professoras em questão. 

O estudo, escrito em inglês e intitulado “Ligando HIV, Função Cognitiva e Exercício”, parte do reconhecimento de que a infecção pelo HIV continua sendo um grande desafio global, mesmo com os avanços proporcionados pela terapia antirretroviral (TARV). Segundo o resumo do capítulo:

“A infecção pelo HIV afeta um número significativo de pessoas ao redor do mundo. Apesar dos avanços no tratamento, com o desenvolvimento e aperfeiçoamento da terapia antirretroviral (TARV), que proporcionou uma melhora significativa na qualidade de vida e na sobrevida das pessoas vivendo com HIV (PVHIV), a infecção pelo vírus continua sendo um grande desafio em saúde em nível global. Embora a infecção seja caracterizada pelo comprometimento do sistema imunológico, nas últimas décadas estudos sobre o comprometimento do sistema nervoso central (SNC) pelo HIV têm sido objeto de pesquisa. Estudos indicam que o vírus pode ultrapassar a barreira hematoencefálica, causando danos cognitivos capazes de prejudicar a memória, atenção, linguagem, funções executivas e sensório motoras, e pode evoluir para uma demência associada ao HIV. A atividade física, especificamente o exercício físico, demonstrou ser uma estratégia eficaz para prevenir o declínio cognitivo em outras populações. Em PVHIV, os melhores efeitos estão relacionados a intensidades moderadas a vigorosas de exercício físico sobre outros parâmetros de saúde; contudo, ainda não há consenso quanto a esses efeitos sobre os parâmetros cognitivos. Por meio de uma revisão da literatura, este capítulo buscou relatar os principais mecanismos pelos quais o HIV infecta o SNC, apontar os principais resultados referentes ao efeito do exercício físico na função cognitiva em PVHIV e apresentar novas perspectivas sobre o exercício físico para essa população.”

Ao destacar a importância do exercício físico para mitigar o declínio cognitivo em pessoas vivendo com HIV, o capítulo reforça a necessidade de abordagens interdisciplinares e colaborativas para enfrentar os desafios da infecção. A pesquisa aponta que, apesar dos benefícios comprovados de exercícios em intensidades moderadas a vigorosas, ainda existem lacunas quanto à compreensão dos efeitos específicos sobre as funções cognitivas.

Este trabalho representa não apenas um avanço no campo dos estudos sobre HIV e saúde mental, mas também um convite à continuidade da pesquisa e ao debate sobre intervenções que possam melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.