Nesta terça-feira (09/08), alunos e professores de Pedagogia do UniCV receberam uma apresentação sobre o “Sistema Educacional do Japão: Educação Básica e Formação de Professores”. O palestrante, Munetaka Ganaha, é um experiente professor japonês com ampla experiência internacional. Ele abordou aspectos cruciais, como currículo, estrutura escolar e a valorização dos educadores na sociedade japonesa.

Com mestrado em Ciências pela Stanford University (EUA) e em Engenharia pela Kyoto University (Japão), experiência como professor visitante na Universidade Meio em Okinawa, além de integrar o corpo docente da Escola de Pós-Graduação da Universidade de San Ignacio de Loyola, no Peru, Ganaha possui uma vasta trajetória profissional de mais de 35 anos. Ele ocupou posições de destaque, como Diretor de Gerenciamento de Risco de Sistemas na Mizuho Securities em Tóquio, Vice-Presidente de Auditoria Interna no JPMorgan e Goldman Sachs em Tóquio, e Vice-Presidente Assistente de Segurança de Sistemas de Informação e Planejamento de Continuidade de Negócios no Citibank, N.A. em Tóquio.

Durante sua apresentação, Munetaka Ganaha proporcionou uma visão abrangente das estratégias e práticas adotadas pelo sistema educacional japonês, reconhecido como um dos melhores do mundo. Ele discorreu sobre aspectos cruciais, como currículo, estrutura organizacional escolar e, de modo especial, a formação de professores e o papel importante desempenhado pelos educadores na sociedade japonesa. Enfatizou ainda o notável desempenho do Japão nos índices educacionais, mas não deixou de abordar os desafios enfrentados pelo sistema.

O professor Ganaha abordou temas como a exigência de formação pedagógica para atuação nos níveis de ensino fundamental e médio, bem como a necessidade de aprovação em concursos públicos para que os professores possam ocupar vagas nas escolas, sejam elas públicas ou privadas. Ele ressaltou que os alunos japoneses chegam a dedicar em média 9 horas diárias aos estudos, e o rigoroso sistema educacional frequentemente leva a problemas como abandono escolar e sérias questões de saúde mental, incluindo depressão e suicídio.

Ganaha compartilhou a percepção de que a ênfase dada à educação no Japão é enraizada na cultura, e a pressão por resultados provém das famílias, o que contribui para os impressionantes índices educacionais do país. Ele também evidenciou a disciplina rígida presente nas escolas, onde os estudantes têm pouca participação em sala de aula, enquanto os professores são os principais expositores dos conteúdos. Notavelmente, os próprios estudantes são responsáveis pela manutenção da limpeza das escolas.

Sobre a incorporação da tecnologia nas escolas, Ganaha observou que o Japão enfrenta desafios e não está tão avançado nessa área. Ele ressaltou as dificuldades que os professores enfrentaram durante a pandemia para se adaptarem ao ensino à distância. Quanto aos educadores, apontou questões como excesso de trabalho, adoção lenta de tecnologias de informação e comunicação e regras extremamente rígidas como desafios primordiais.

A presença do Professor Ganaha na instituição foi possível graças ao convite da diretora de extensão, Luzia Deliberador, com quem mantém vínculos científicos. Segundo a professora Deliberador, essa oportunidade representou um momento único para os estudantes absorverem conhecimento, compararem os sistemas educacionais do Brasil e Japão, e refletirem sobre possíveis direções futuras.

A coordenadora de Pedagogia, Elaine Rodrigues, enfatizou a relevância da abordagem educacional japonesa como fonte de inspiração para futuros projetos educacionais devido aos indicadores educacionais positivos do Japão.