Em artigo professora do UniCV analisa campanhas de combate a exploração sexual infantil no turismo
Publicado na Revista Turismo e Sociedade, da UFPR, o trabalho traz uma investigação sobre peças publicitárias criadas pelo Ministério do Turismo com a finalidade de combater o problema e sugere melhorias
No estudo “Marketing Social no Turismo: Análise das campanhas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil”, a professora e diretora de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), Marcela Bortotti Favero, juntamente com a pesquisadora Wynne Gonçalves Farias, traz uma investigação sobre campanhas promovidas e gerenciadas pelo Ministério do Turismo intencionando combater o problema.
No artigo, que ganhou publicação recente na “Revista Turismo e Sociedade”, da Universidade Federal do Paraná, as pesquisadoras apresentam uma análise sobre sete campanhas publicitárias identificadas no site do Ministério do Turismo, entre os anos de 2010 e 2019, e concluem que podem ser melhoradas para atingir os objetivos.
De acordo com a professora Marcela, embora os gestores empreguem o Marketing Social, visando à promoção de mudança cognitiva e comportamental nas testemunhas destes crimes, as campanhas geralmente induzem as pessoas a uma ação após o crime, em geral a denúncia no Disque 100, e não a prevenção voltada ao público infanto-juvenil.
Ao mesmo tempo em que aponta o turismo como um fenômeno social que contribui para o desenvolvimento de muitas localidades, principalmente no fator econômico, Marcela Favero lembra que “não se deve negar a existência de seus impactos negativos, dentre eles, a exploração sexual de crianças e adolescentes”.
“Entendemos que o Marketing Social pode ser uma ferramenta relevante para auxiliar no combate a esse problema e identificamos que os órgãos oficiais já lançam mão dessa proposta, no entanto, há uma necessidade de reformulação das campanhas para que sejam mais efetivas”, afirma Marcela.
Segundo ela, há possíveis fatores que interferem na comunicação destas campanhas, consequentemente podendo prejudicar sua eficácia. “Desse modo, sugerimos a utilização de mais ferramentas do marketing para a melhoria de campanhas futuras, dentre elas a criação de uma identidade visual sólida, personagens específicos, utilização da storytelling e trabalhá-las de forma contínua”, acrescenta a pesquisadora.
A professora sugere, ainda, que haja mais estudos dessa temática dentro das universidades, buscando-se um aprimoramento da comunicação sobre o assunto junto à sociedade.
“Nosso estudo limitou-se a avaliar campanhas de nível nacional. Todavia, há as campanhas estaduais que podem possuir outros elementos e abordar a temática de maneira distinta. Neste sentido, estudos específicos podem ser realizados no âmbito do poder público e privado, segmentando ainda por regiões e períodos. Pode-se, também, aprofundar a discussão por meio de estudos comparativos, pelos quais seja possível entender se as regiões que apresentam maior volume de campanhas notam o efeito das mesmas no comportamento da população e a redução dos índices de violência infantil”, conclui a professora.