Profissionais do mercado foram convidados a discutir o tema sob o foco da experiência com o cliente e deixaram mensagens a quem deseja apostar em iniciativas próprias. Nesta sexta, jornalista Sandro Dalpícolo fala no encerramento do evento

Reitor fala um pouco de sua história de empreendedorismo: De professor a dono de universidade

A proposta do quarto dia do Ciclo de Estudos do UniCV foi reunir empreendedores e profissionais que atuam com inovação, pequenos negócios e startups para falar de suas experiências aos estudantes participantes do evento. A mesa-redonda aconteceu no espaço do Smart Space, dentro do campus universitário, e foi acompanhada online por aproximadamente 480 pessoas.

Os convidados para participar da mesa-redonda foram Nickolas Zeni Kretzmann, da área de inovação e atendimento a startups do Sebrae; a coordenadora do Smart Space-UniCV, Camila Chirnev; o ex-aluno do UniCV Patrick Figueiredo, que hoje atua como consultor na aceleradora EVOA e é dono de uma startup; Luciana Kern, dona rede Adore Brigaderia; Danilo Jacomel, dono de uma empresa de tecnologia para anúncios online, a Digimax AdTech; Eduardo Hikishima, dono de uma loja e indústria de acessórios para pet de grande sucesso, a Free Faro, e Ana Satie, dona de duas imobiliárias em Maringá.

Muitas ideias

Durante duas horas de conversa conduzida pelo diretor de graduação, Alex Alves e pela diretora executiva do UniCV, Dayane Almeida, os convidados puderam discorrer sobre várias questões sempre tendo como foco o cliente. Ou seja, a partir de quando um empreendedor deve se preocupar com o cliente, já no momento da estruturação do negócio ou deixa para depois, quando tudo já estiver funcionando? Esta foi a linha condutora dos debates.

Além do tema central, os participantes responderam a vários outros questionamentos feitos pelos alunos, por exemplo, como estruturar um negócio do zero, arrumar investidores, comércio físico e eletrônico, atendimento ao cliente, ampliação do negócio e outras. Falaram também sobre inovação, explicando que não é algo apenas ligado a tecnologia, como a maioria das pessoas têm a impressão, mas sempre que se arruma uma maneira diferente de fazer as coisas. A dona da Adore deu como exemplo a sua própria empresa de brigadeiros. “Apenas arrumamos uma maneira diferente de apresentar o produto e hoje não paramos de inovar, sempre atrás de novos sabores e formatos.”

A dica do consultor do Sebrae do Sebrae é para que os empreendedores não sejam “profissionais antigos em um mundo moderno”. E neste ponto, Nickolas disse que é importante buscar conhecimento e parcerias, lembrando que existem organizações como o Sebrae que “podem apoiar o seu negócio”. No mesmo sentido, falou a coordenadora do Smat Space UniCV, Camila Chirnev. Segundo ela, é muito importante buscar apoio para ter um “norte do que fazer”. Segundo ela, não é necessário, também, trabalhar sempre com a ideia inicial. “Posso dizer que mais de noventa por cento das startups mudam ao iniciar efetivamente o seu empreendimento”, esclareceu.

Patrick, da aceleradora Evoa, lembrou que atualmente existem muitos campos para trabalhar dentro de cada profissão e de cada área, ou seja, “são muitas as possibilidades”. Segundo Danilo Jacomel, da Digimax, além de buscar muita informação sempre, é necessário nos tempos atuais fazer a “desrupção digital” e não ter medo de usar as novas tecnologias a favor dos negócios. Sobre ampliação dos negócios, Eduardo Hikishima, da Free Faro, pontou que “as vezes a gente quer fazer tão perfeito que não cresce”. A recomendação nesse sentido é avaliar os riscos sempre, mas não ter medo de ousar. Sua empresa que começou pequena hoje é uma das principais do País no ramo de acessórios para pet. Outra dica dele é para se evitar os “modismos”. “Oportunidades muito temporais são perigosas para os negócios”, afirmou, acrescentando que para “investir em nicho tem de ser muito bom naquilo que se propõe”.

Ana Satie, por sua vez, ressaltou a importância da troca de informações com empresários do mesmo ramo e citou o associativismo e a participação voluntária em entidades como excelente meio para ampliar o networking, criar conexões e expandir o aprendizado.

Exemplo de casa

A noite teve ainda uma “palhinha” do reitor do UniCV, José Carlos Barbieri, que foi chamado da plateia para falar um pouco da sua experiência, ainda que não estivesse no roteiro. Barbieri contou que começou no empreendedorismo pouco depois dos 20 anos de idade, tornando-se sócio de uma escola de ensino fundamental. “Sair de professor para empreendedor, aos 22 anos, foi realmente ´fora da casinha`, mas se não for assim muitas vezes não saímos do lugar”, pontuou, ao completar afirmando que a busca constante por conhecimento foi o que fez a diferença no seu caso. De dono de colégio, Barbieri passou para dono de uma faculdade, hoje o Centro Universitário Cidade Verde, com mais de 60 mil alunos em todo o Brasil e exterior.

Opiniões

Diversos alunos deixaram opiniões no chat elogiando o debate. Fabiana W disse que adorou a temática e a forma como foi abordada. Jefferson Garcia da Silva​ considerou muito bons os comentários dos convidados e Nair primo​, comentou que o foi “maravilhoso esse momento de bate papo”. Para Gladis Cellis​, serviu se inspiração para todos, enquanto Mariele Stefane Magalhaes​, falou que esse tipo de encontro deveria ter pelo menos uma vez por mês.

Continuidade do Ciclo

O XVII Ciclo de Estudo do UniCV, maior e mais tradicional evento da instituição, continua nesta sexta, com palestra do jornalista paranaense Sandro Dalpícolo, ex-RPC (Rede Globo) e hoje apresentador de telejornais da Rede Massa de Televisão (SBT). Ele fecha a programação do Ciclo falando sobre “Comunicação Solidária”, vista sob o ponto de vista da outra pessoa, o que significa uma comunicação “não agressiva”. Segundo ele, algo que cabe dentro do contexto das empresas e organizações, também. Sandro dará exemplos, ainda, de casos de fake News e falará o quanto podem ser prejudiciais às pessoas e a sociedade, chamando para a responsabilidade de cada um para evitar esse tipo de problema.