A importância de aprender Libras
Mas você pode estar pensando: seu eu não sou surdo, porque é importante aprender Libras? Esse questionamento não é apenas seu, e por isso a equipe do UniCV decidiu escrever sobre o assunto
Você sabia que aproximadamente 5% da população brasileira é surda? Isso representa mais de 10 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Libras é a abreviação da Língua Brasileira de Sinais, utilizada apenas em nosso país. Cada comunidade ao redor do mundo tem a sua própria e, por meio dela, as pessoas surdas conseguem se comunicar melhor.
Mas o que muitos não sabem, é que os deficientes auditivos têm uma maior dificuldade em entender a língua portuguesa em relação às ouvintes, porque é muito difícil ensinar um idioma escrito para quem não a conhece na oralidade. Por isso, a Libras é uma língua visual-espacial, com estrutura gramatical própria e um sistema linguístico completo para se comunicar.
Agora, você pode estar pensando: seu eu não sou surdo, porque é importante aprender Libras? Esse questionamento não é apenas seu e sabendo disso, a equipe do UniCV decidiu
escrever sobre esse assunto.
A resposta para essa dúvida é que precisamos pensar, promover e agir em favor da inclusão. E quando se fala em surdez, se comunicar na língua de sinais é uma das principais formas de inclusão social. Uma pessoa fluente no idioma abre portas para integrar deficientes auditivos na sociedade, contribuindo para eliminar preconceitos e possibilitar oportunidades de trabalho, por exemplo.
O aprendizado de Libras é fundamental para o desenvolvimento social e emocional não apenas da pessoa surda, mas também de todos que fazem parte do seu convívio.
Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais, por meio da Lei de no 10.436, foi reconhecida como uma das línguas oficiais do país, sendo regulada pelo Decreto no 5.626/2005. O que diferencia a Língua de Sinais das demais é que, no lugar do som, utiliza-se os gestos como meio de comunicação, marcados por movimentos específicos realizados com as mãos e
combinados com expressões corporais e faciais.
O início do reconhecimento do idioma no país surgiu no ano de 1857 com a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), porém, somente a partir da década de
60 que o interesse pela língua de sinais começou a se difundir, devido ao aumento do diagnóstico da surdez e aos avanços sociais.
Todos podem aprender
Qualquer pessoa pode aprender a Língua Brasileira de Sinais. A popularização do idioma é um dos pontos importantes para que a inclusão aconteça de fato.
Para quem deseja aprender Libras, há inúmeras possibilidades no ambiente virtual como vídeos, artigos, blogs e aplicativos gratuitos que ensinam. Assim como também há diversos cursos on-line e presenciais, em vários formatos, para atender aos mais diferentes públicos.
Mercado de trabalho
Cada vez mais, as empresas estão em busca de profissionais que tenham algo a acrescentar ao ambiente de trabalho, além de seus conhecimentos técnicos e formação acadêmica. Exercer um papel social de inclusão e promoção de direitos, em um cenário que tem valorizado cada vez mais iniciativas abrangentes, possibilita ao candidato com fluência em libras um caminho de oportunidades extras.
O mercado para professores exclusivos de língua de sinais é cada vez maior, principalmente para quem tem formação superior em Pedagogia e demais cursos de licenciatura. Há oportunidades para intérpretes em palestras, vídeos, canais de TV, streamings, reuniões e outros, para auxiliar na comunicação entre ouvintes e surdos.
Um mercado de trabalho com alta demanda
Profissionais fluentes em Libras têm habilidades interpessoais que trazem um diferencial. A língua também traz agilidade no raciocínio, diversificando a forma de pensar entre o modo verbal e o visual, além de possibilitar aprender com mais facilidade qualquer outra coisa.
Buscar a contratação pessoas que prezam por uma comunicação inclusiva, e que se engajam na construção de uma sociedade mais igualitária, diz muito sobre a cultura de empresas e lideres. Esses fatores podem ser um bom indicativo de uma carreira profissional bem sucedida.
Texto por Kaisa Abeche
Revisão: Lara Beatriz Arantes