A proposta busca promover a igualdade de gênero entre mulheres no Quilombo Guiti

 

A graduanda do curso superior em Tecnologia em Educador Social do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV) do polo Lagoa da Prata/MG, Priscila Lopes Soares, desenvolveu um trabalho de extensão voltado para a comunidade do Quilombo Guiti, em Paraty (RJ).

 

A iniciativa, realizada como parte das exigências acadêmicas previstas na Resolução 07/2018 do Conselho Nacional da Educação – que estabelece a obrigatoriedade de atividades de extensão para estudantes de cursos superiores – teve como principal objetivo promover o empoderamento feminino e a igualdade de gênero, proposta incluída  nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

 

Para desenvolver o “Projeto Destretando”, Priscila percorreu várias etapas que incluíram, desde o aprofundamento teórico sobre povos e comunidades tradicionais, até a escolha de uma comunidade próxima à sua região. Após selecionar o Quilombo Guiti, ela realizou uma pesquisa de campo baseada em diálogos e interações para compreender a fundo a realidade e as necessidades específicas daquela comunidade.

 

Na etapa seguinte, Priscila elaborou um plano de ação direcionado às demandas identificadas, focando-se na criação de um material informativo sobre a promoção da igualdade de gênero. Esse material, cuidadosamente desenvolvido, foi impresso e entregue à comunidade. No dia da entrega, a aluna teve a oportunidade de dialogar com 10 mulheres do Quilombo Guiti, que compartilharam suas trajetórias de vida, tornando o momento um espaço de troca e fortalecimento mútuo.

 

Ao refletir sobre sua experiência de contato com as demandas sociais e a oportunidade de atuar como agente de transformação com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, Priscila destacou a importância desse projeto para sua formação: “Essa oportunidade foi fundamental para minha formação profissional e pessoal, pois pude vivenciar uma realidade cultural fantástica e tive aprendizados muito significativos.”

 

Priscila compartilhou também que desenvolver o trabalho focado nas mulheres quilombolas foi uma experiência incrível. “Pude compreender que o racismo se faz presente em nossa sociedade, impedindo que as igualdades de oportunidades sejam possíveis a todos. Percebi que a desigualdade de gênero é uma realidade marcante em nossa sociedade, em que muitos homens ainda se acham superiores às mulheres,” afirmou.

 

Para a tutora do curso, Julia Antuniazi, o projeto desempenha um papel fundamental na valorização e no reconhecimento dos povos e comunidades tradicionais. “Conhecer essas culturas é essencial para promover a diversidade, a inclusão e a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Projetos como o Destretando ajudam a desconstruir o preconceito e a promover um diálogo mais aberto e respeitoso”, disse.

 

A importância de conhecer esses povos vai além do aprendizado; é uma questão de direitos humanos e de valorização da identidade cultural. Cada ação desenvolvida, cada história compartilhada, é um passo em direção a um futuro em que a diversidade é celebrada e respeitada. 

 

De acordo com a gerente de Extensão Curricular do UniCV, Angélica Pommer, “iniciativas como esta exemplificam o valor da extensão universitária como parte fundamental da formação acadêmica, trazendo a aplicação prática do conhecimento aprendido ao longo do curso para contextos reais e desafiadores”.

 

A iniciativa, que alia formação acadêmica e responsabilidade social, vai além do cumprimento de uma exigência curricular, pois inspira novas gerações de profissionais a fazerem a diferença em comunidades que enfrentam desafios históricos de exclusão e desigualdade.

 

Confira nas imagens o panfleto feito pela aluna.