Iniciativa da aluna Solange Antunes, do curso de Gestão Ambiental do UniCV, une conservação ambiental, práticas sustentáveis e valorização da cultura da erva-mate em União da Vitória (PR), com reconhecimento internacional da FAO

A aluna Solange Antunes, do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), é a idealizadora de um projeto de extensão que está transformando a maneira como a erva-mate é produzida na região sul do Paraná. Inspirado na preservação da Floresta de Araucária e no cultivo sustentável, o projeto alia cuidado ambiental, desenvolvimento econômico e valorização cultural.

A proposta surgiu a partir da observação de uma importante área de preservação ambiental da região: o Parque Estadual Bosque das Araucárias, criado em 1996, que protege mais de 2 milhões de metros quadrados de mata nativa. “A ideia inicial foi conectar a importância ambiental das araucárias com a produção sustentável da erva-mate, que já é muito presente aqui. Vi uma oportunidade de desenvolver algo que unisse conservação com economia local”, explica Solange.

A estudante contou com o apoio da Ervateira Capimar, atual Grupo Capeleti, que atua com rigor no controle de qualidade da matéria-prima e no incentivo ao manejo responsável. “A Capeleti foi essencial no projeto. Eles orientam os fornecedores sobre as boas práticas e legislação, além de manter um sistema de rastreabilidade que garante a origem sustentável da erva”, destaca.

No cultivo, a erva-mate é plantada e manejada manualmente entre as araucárias, sem uso de máquinas, preservando a estrutura do solo e a biodiversidade. O projeto de extensão de Solange foi além: investigou e aplicou técnicas de adubação nitrogenada para melhorar a produtividade da planta sem comprometer o ecossistema. “Esse tipo de adubação é crucial. Ajuda no crescimento da erva-mate e proporciona mais colheitas ao longo do ano, beneficiando tanto pequenos quanto grandes produtores”, afirma.

A iniciativa ganhou ainda mais relevância após o anúncio da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), que reconheceu, no dia 21 de maio de 2025, o cultivo sombreado de erva-mate nas florestas de araucária do Paraná como Patrimônio Agrícola Mundial (Giahs). Leia aqui a publicação oficial.

Além do impacto ambiental e produtivo, o projeto dialoga com a cultura local. A Capeleti também criou a spin-off Mundo Mathe Materia, que promove o turismo sensorial e cultural com base na erva-mate. Os visitantes podem passear por um erval centenário, conhecer a história da produção e saborear pratos e bebidas derivados da planta. “É uma forma de mostrar que a erva-mate vai além do chimarrão. Ela é cultura, saúde, economia e história”, diz Solange, entusiasmada com os desdobramentos da iniciativa.

O sucesso do projeto evidencia como as ações acadêmicas podem contribuir diretamente com a conservação ambiental e o desenvolvimento regional. “A preservação das araucárias e o manejo responsável da erva-mate mostram que é possível crescer respeitando a natureza. Esse é o futuro da gestão ambiental”, conclui a aluna.

Mais informações sobre as visitas e experiências da Mundo Mathe Materia podem ser acessadas pelo Instagram oficial.

Entenda o projeto “Boas Práticas de Extensão” da UniCV
O projeto Boas Práticas de Extensão do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV) tem como objetivo incentivar os alunos a aplicarem na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação, promovendo soluções inovadoras, sustentáveis e de impacto real para as comunidades locais e regionais.

As ações de extensão envolvem parcerias com empresas, organizações sociais e instituições públicas, sempre pautadas pela responsabilidade socioambiental e pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável.

Para a gerente de Extensão Universitária da UniCV, Angélica Pommer, a iniciativa valoriza o protagonismo dos estudantes:

“”O projeto de Extensão do UniCV tem como objetivo incentivar os alunos a aplicarem na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação, promovendo soluções inovadoras, sustentáveis e de impacto real para as comunidades locais e regionais.”

Os projetos selecionados como boas práticas ganham visibilidade institucional, são apresentados em eventos acadêmicos e, muitas vezes, tornam-se referência em inovação social e ambiental em nível regional e nacional.